" Om Muni Muni Maha Muni Shakyamuni ye Soha "

sábado, 3 de setembro de 2016

Um dia desses



O Crânio exposto na cova abandonada, o sorriso hediondo.
As marcas que tempo deixara , os dentes que faltavam,
O olhar obscuro, o vazio das cavidades ocas.
Eu não via o Cristo naquele olhar nem outra redenção qualquer.
Eu contemplava o abismo... a morte certa...
E com paradoxal ironia, as belas  flores ao redor...
Então ele, caixa serva de algum cérebro,
Outrora senhor de sonhos e vontades ,
 Falou- me assim: estas me vendo aqui pálido em repouso?
Observa bem, pois agora, eu aqui estou,  já fui jovem formoso,
Cheio de carne e pele,  audaz viçoso...
Veja bem, eu não canto mais a musica que eu cantava,
Nem meu vinho é mais o mesmo...
Veja bem, pois é isto somos, enquanto estou aqui
Você me observa ...amanhã outro fará o mesmo contigo...
Vai! Volte! Viva! Não existe outro dia...
O  amanhã nunca começa  e  você será adubo no fim...

Caímos na  risada eu e a caveira, ambos sabíamos o quão éramos tolos! 

quinta-feira, 30 de junho de 2016

O 1º paradoxo



Deus sempre perdoa
Por isso que há céu
O Diabo não,
Por isso que há inferno...

terça-feira, 28 de junho de 2016

A Eros



Dou me a Eros
meu philos
não lhe satisfez
seu riso ironico
no Partenon me frustra,
tal qual arcano
velado e tosco
não foi pra mim, amor
mas o coração
espetado na flecha
pegou meu corpo,
tão tangível e simples
descartou me a alma
com o brilho de mil luares
se isso é amor,
não reconheço
talvez seja apenas
obsessão pelo osculo virgem
o único que eu
não poderia lhe dar...

               -Regiane Flores.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Perspectiva



É ativo o ócio degustado,
Na mesa de uma segunda-feira
Paralaxe cognitiva, mingua lua,
Réu subjugado
Que se em casa estivesse,
Estaria na cama
Ou fazendo algo melhor...
Comendo carne crua
E andando nu.