" Om Muni Muni Maha Muni Shakyamuni ye Soha "

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Ciclo Lunar



Após sete colinas e sete vilas visitadas...
Bem em frente à árvore seca,
alguém vigia quem passa
e quem passa é um mistério...


                                                                A Lua Deixou o poço...     
Quase sempre na descida,
tenho a certeza
que se o fogo não me queimar,
o aço nem de leve vai me ferir.


O lampião clareia a visão,
a pupila se abre vermelha sangrenta...
"Enfim, mais lenta"
a Bela Nívea veio até mim, 
passou por mim...
Não me viu...não quis me ver!
                                                              Partiu!   
As hienas chegaram
(vieram com a nova):
- O que fazem aqui?
- Viemos pela intriga
que lhe entrega a dissimulação
e te faz monstro... 

Corações sujos!
                                                             Senhora ingrata 
O ar infecto declara o tumultuo,
fogem nervosas as madalenas bailarinas...

O Monstro faz silêncio 
(sussurra alguma coisa)
e de repente tudo pega fogo!
Sem gritos...

A calma permanece,
as chamas são carícias,
desta obra que agora queima,
"ilumina..."
E pela veia-mestra,
agora (novamente) ampara:

Os sintomas se foram,
mas a doença ainda age...
E seus caninos famintos
esperam o instante do abate...

Você me diz que precisa de alguém
que te leve a sério...
e nem é tanto por amor...
E é só o que eu tenho!

Quando antes isso era tudo,
quando hoje, esse tudo...É nada!

Eu que sentia a tua vigília,
quando me transformava,
sabia quando você moça vinha,
quando você moça, se irradiava 
( Ao teu cândido pierrô)
em tua noite...Lua!

Meus sentimentos geram hormônios
na carcaça apodrecida...

O canis entorna a forma do homem,
a pele  se revira toda...
Uma overdose de adrenalina
pela ante-face atada, 
sugere às avessas,
a demência selvagem
da lenda que recai sobre o luar...

Ao todo sempre em sete,
lavram-se os estreitos ânimos 
e nessas linhas,
eu, o monitor seu devoto,
a cada impulso,
quase sempre quero dar fim
ao que nós entendemos,
quando estamos a sós...

O que fica se exalta
no labor dos “odiadores”,
o meigo pacto, 
já não é mais o mesmo...
nem mesmo é o escudo,
que tanto me protegeu
dessa ardil mordaça,
que em ti,
ora é a menina,
ora é lava incandescente
(lasciva)...       

 A dúvida percorre meu corpo
(com lâminas invisíveis),
meus olhos lunáticos,
acrescentam sonhos a realidade
e a mesma aqui se desfaz...

Algo em mim
descobre a mortalha reticente
e te segue...
Cheio de crenças.

Ontem encontrei  num canto,
meu coração escondido:
-Do bem que o amor me fez,
guardo comigo poucas lembranças
e quando a maior delas é você,
o maior mal é a saudade!

Em nome do Pai, 
que sejam abençoados 
todos aqueles (insistentes),
que desde  muito cedo
já sabem o que é o amor... 
Porque, eu, temo não saber.

As moscas tocaram o incenso...
a bala que não se viu,
custou-me uma asa ,
as suas eram o meu apoio...

Abutres descem em círculos...
No começo era só me odiar,
não é mais!

Ainda que um protetor fiél,
um caçador maldito
é um cão e não um gato.

O que se prova com sangue?
O que no tempo é na ceia o abandono...
O que faz o amor,
quando não é o coração, o veículo?
Quando não é o crucifixo, o condutor?

Lilith...Lilith, Lilith!

Revela-me teu domínio criatura,
teu mal encarnado
ofereceu-me o açoite,
mas foram as tuas palavras,
que causaram o dano em si...

Sei que existem outras feridas,
mas essa é a que você deveria sentir:

Sete em sete encruzilhadas,
improvisadas pela surpresa,
quando todos procuraram saber,
o que era meu em você,
foi dito pelo vácuo entre nós:
"Não é mais de ninguém"
                                                           Mas nada é só de ninguém, se é só amor!  
 Vai coração...Seduz!
construa em giz dois mil anjos,
como se ainda fosse possível
imaginar e realizar...

Coração perpétuo
(de pétalas ardentes),
de líquidas pérolas escolhidas,
"O coração de um pombo"
na boca de uma serpente.

Aqui há um lugar,
cheio de quartos...
com lugares pare se conhecer...
Aqui há um quarto para cada lágrima
e um andar para cada estrela
de tua noite...Lua!

Os sintomas se foram,
mas a doença ainda age
e seus caninos famintos,
esperam o instante do abate.

No final da festa,
após o almoço com a matilha,
um pouco impaciente,
a dose certa de todos os narcóticos,
era o que diante da decisão,
fazia meus pés sangrarem....

Era a hora de te explicar
as minhas pegadas,
sem dizer que a segui!

Você sabia o que se aproximava
e mesmo assim me esperou....
(Habeas Corpus da minha indecisão )

Pena que tenha que ser assim...
Vê, o que fizeram como teu servo?
Vê, a que instintos me entregaste?

Os sintomas se foram...
A melancolia  se prende ao miolo
num choro pequeno,
meio cheio de palavras taciturnas,
ditas ao lado esquerdo.
Pois "em verdade, em verdade"
é como um vírus desleal
que ela ainda age...

A perfeição amaldiçoa, 
todos aqueles que a tocam,
ela nos conduz,
a uma busca absurda,
que a deixa ainda mais distante.

Confio que este meu relato,
seja de um certo modo incomum,
a quem uma história assim nunca sofreu.

Esta é uma carta anônima,
escrita com o que resta da exatidão,
esta é minha lincantropia reservada
(sagrado alimento).

Quase sempre um cão,
quase nunca um lobo!

Desculpe por não poder 
te explicar melhor,
o coração também sabe do futuro
e não quer me dizer...

A caravana já vai partir,
os zepelins vão me levar,
a poeira deixou para trás
um cometa desiludido...
                                                           Os animais estão inquietos
...A caravana já vai partir
e ainda há um resto de ambrosia:

"Segure firme o estile amarelo
(leve-o até os pulsos),
siga corretamente o modo de usar,
não desaparecendo os sintomas,
procure orientação,,,"


As garras arranham o alforje,
a prata descobre o seu fator e me arrebata, 
com fino gosto de anzol,
um espinhel retirado com alicate,
cheio de veneno de jararaca e cascavel.

A clara se ergue (ela me atrai),
"dissolvendo-me no vazio"
com a invariável bondade,
que em essência ela possui,
o Monstro toma meu nome,
toma minha vingança,
comandando meus beijos
com a certeza da extinção.


Até queria te deixar um sinal,
algo como um vício (renovado), algo único.
E por tudo, o quanto é mais sagrado,
não mais te querer,
Noite...Lua!

Mas quando eu a olho novamente, 
arrependido! 
Arrependo-me de tudo,
tão perfeito,
tão límpido é seu rosto,
que diante a tal semblante
só me resta...uivar!

Quando eu não estiver aqui,
quando precisar de mim,
quando caírem dos teus olhos,
estrelas depressivas 
(Perfeita glória),
desenhe  uma estrela no chão
e me chame...

Eu sou o passado,
olhe o relógio,
lembre-se de mim...

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