" Om Muni Muni Maha Muni Shakyamuni ye Soha "

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O Morte Luz



Morte Luz: Tornei a vê-la, finalmente aqui... Sei que toda boca tem seu “ah”... Que toda saudade sua imagem tem.
(talvez seja mentira)

Mas feche a porta. Porque tenho fome e medo.

Tenho amor demais
-“Um lenço” – que é meu amigo.
...Vem com a imagem, nos dar a visão...

Narrador: (O sedativo e a desgraça...)


...E a Andorinha treme envergonhada junto ao seu corpo maltratado...

Morte Luz: Não sabe direito o que me dizer.
“Talvez amo você, talvez odeio você!”

Narrador: Ouve-se o Morte Luz!
“Bondade... eu tenho.
Senhora... aqui estou. Bondade eu tenho!”

Morte Luz: Vim te salvar. Venha logo!

Narrador: (Ó lenço... saudade é pouco do que se pode dizer).

Mas o rio não é o mesmo. Esqueça...
Hoje as luzes da casa já se apagaram.
É tarde.

Tenha coragem, Morte Luz. As coisas... assim acontecem.
(Conheço a tua fábula, seu começo e fim).

Era uma vez o mais triste dos homens. (da raça dos “sem esperança”):
O Morte Luz, um tipo raro de santo.

Morte Luz:  O destino, tantas vezes, me enganou... tantas vezes me envergonhou!

Narrador: Tantas vezes as coisas não acontecem do jeito que se espera...
Foi assim com ele, o Morte Luz.

É que ele, apaixonado, vendeu a solitária alma. Mas ninguém o entendeu.
(Foi um mal me quer).

É que ele, apaixonado, vendeu o que lhe restava: A alma!...
Pelo amor de uma incerteza: a Andorinha.

Mas, aos céus do inverso, todos os pactos feitos com Satanás
(o príncipe deste mundo)
tem seu preço muito além do que foi combinado.

Morte Luz: Foi assim... ou é assim... entenda (foi preciso!).
È que esse conto começa pela aliança do Morte Luz com a Erva Daninha

Veja o que aconteceu  numa noite, em meus domínios, em minhas terras!

-Feche a porta. Alguém tem fome.
(E ele vem...)

Corte a mão... no pulso!
Tenho fome e medo, tenho fome e frio.
(Solidão)

Já ouvi-me dizer (em outras vilas): E o bem me quer?
Andorinha... se te salvei amor... então por que?
Será que me odeia tanto assim? Que me perdoe! Seja lá o que for que eu fiz.

(Ela me olha como a própria vida)

Andorinha: Não sei te odiar – esclarece a andorinha
Me disseram que você não ia mais voltar.... Acreditei...

Quando imaginei não tive coragem de gritar... dizer!
Só amei um que me fez notar que tipo de andorinha eu era!

Não tive certeza que era você, Morte Luz... desculpe!

Morte Luz: Enfim... tornou-se brisa. E dou graças que ninguém a comanda.
Ainda a vejo... salva! Não se desculpe... O único culpado está na sua frente.

...Lembro-me bem o dia...
(Como não lembraria?)

Era a mais frágil prisioneira...
Promete... Você me pediu. Eu prometi.
(Mas a que preço?)

Hoje me vira o rosto com humildade.
(Tranqüila)

Não consegue, no seu olhar, a sua luz em mim fitar.

Será que me odeia tanto assim?
Tu me disseste que não...

Andorinha, saiba que te livrei da imperfeição, inventando infernos, levando até lá teus assassinos mortos e acorrentados!
Apaixonado pelo teu... romance puro. Aquele da “Guerra Santa”

Jamais teus assassinos vão sair das pesadas correntes que, com meu sangue, uni. E somente Deus poderá a elas desfazer.

Tudo graças a uma estranha aliança, da Erva Daninha e eu, o Morte Luz.

(O que fiz?)

E, nas minhas terras, ninguém saiba tudo sobre o que vi. É melhor.

E, se agora a brisa é namorar, olhe-se, Andorinha, um pouco, nos meus olhos, e ambos veremos que aquela dor continua, mas não em você.

Antes da esperança há fome. E depois o sangue.
Eis o pagamento.

A fome me comanda. Por isso caço para viver. Palavra de anjo, elaborada e escrita.

Narrador: A erva daninha, maldita, tem segredos que a tornam pura. E o Morte Luz as viu...

Morte Luz: Andorinha, espero que se lembre.
(Nosso amor se despede e reencontra-se no mesmo lugar)

Sabe... só você não viu, porque isso aconteceu há muitos anos. Foi tu... Luz (já te chamei assim) e fui eu, Morte Luz (é o que sou hoje)...

Convoque anjos e demônios para esta batalha que vou começar... mas espere desde já: restará no final desta apenas eu.

Porque... ainda quero você, Andorinha. Ainda quero o bem-me-quer.

Eu caço para viver!
Com o amor sou fraterno... e injusto.
Tenho fome...

Sou um contratempo. E, se um dia, tentar me entender... nos veremos... nas minhas terras em aliança com a Erva Daninha.

(A compreensão)

Esta carta, sei... e as minhas terras também sabem: eu caço para viver.
(Sem culpa?)

Ontem o mal, a mão no pulso, no punho...
De sangue preciso. Tenho fome medo, tenho fome frio.

Sou morte, Andorinha. Feche a porta quando eu vier.

Narrador: (Tem início a ilusão)

Andorinha: Não! Nega a despedida à encantada Andorinha?

Meu amado... quando imaginei o “sono amor”, vi você... E, desde então, meu leito tornou-se festa e Glória. Confesso que me assustei. (E quem não assustaria?)

Agora, o bem me quer, Morte Luz, ... é meu e teu.

Feche a porta, mas entre, por favor!

Seja você como for, ilusão ou não, lembro de tudo, nunca esqueci.
Meu amado... Ah! Quando imaginei o “sono amor” roubei de você o coração.
Aí... adormeci...

Morte Luz:  E minha alma....

Deus!

Quem sabe se um dia eu puder a minha alma lhe dar.

Todos: (Saudades)

Morte Luz: Não há espelho, nem de cristal, que se pareça comigo. Nem há meu reflexo nele...

Narrador: Volte para casa, Andorinha.

Morte Luz: A morte me fez!
(Na perfeição da natureza ou imperfeição do que chamo destino)

Desde então, a vida, tornou-se labirinto... e o infinito...

Mal me quer.

Narrador: O Morte Luz esteve em sua casa. E só você, Andorinha, não viu...
Pouco a pouco a linha da vida, pela lei dos homens, se apagou. Mas em outras leis é tão longa quanto a Grande Muralha.

Morte Luz: Feche a porta, porque é prudente não confiar em mim. Tenho fome...

Sinto muito pela carne que me apodrece!

Se um dia, imperatriz, lembrar de vir até mim, molhe o seu corpo em água benta, Andorinha... um pouco de fé, raramente, não satisfaz a minha alma.

Antes disso, nada adianta contra o Príncipe das Viúvas.

Narrador: O Anjo das Sombras...
(E ele vendeu a sua morte. Isso se faz ou se fez suficiente).

Respira fundo... e se pronuncia. A mais bela. A Andorinha:

Andorinha: Ah! Deus! Como eu queria poder voltar para antes do Morte Luz e escolher as primeiras cores... E fechar a porta que descora o lírio. Anular tudo, destruir tudo... antes que para o mal (As trevas) você... vendesse a tua alma!

Antes que eu perdesse o meu Bem me quer...

Esta alma, lembro-me bem, que me deste ela, sob juras de amor.
Com que direito, Morte Luz, você a vendeu?

Narrador: Explica o Morte Luz:

Morte Luz: Mas, Andorinha, eu te vi sob a existência do fim... e você esqueceu...

Narrador: O Bem me quer é livre agora... e para aqueles que o fogo querem namorar. Você existe.
(Basta conversar e os pesadelos se tornam batalhas vencidas).

Diabo: Nas luzes... bem sabem as palavras do Ancião...
Antes, ele nos pede: “Feche a porta... e cuidado com quem entra na tua casa.

Narrador: Será nosso segredo o que está nessa carta...

Morte Luz: Eu caço porque tenho fome, medo e frio.

Andorinha: E, novamente, minhas asas encontraram os céus.
Se o fogo é que nos atende por sol, indo a ele resolveremos o que passou. Longe ou perto de ti, Morte Luz.
Ainda não sei o que senti. Reside em mim o gosto do beijo teu.
Agora, esqueça esse te abandono. Esqueça o seol!

Volta!

Por favor! Oh! Luz... esqueça esse teu angélico e triste abandono... que eu e Deus a sua alma... vamos lhe dar...

Ah! Amor... Ah! Morte Luz...

Narrador: A aliança da Erva Daninha com o Morte Luz escondeu a Andorinha da fumaça, da alucinação, dos assassinos...

Diabo: Posso fazer um preço... mas eu caço para viver. Palavra de anjo... não a minha!

Narrador: Da boca do Ancião (a sabedoria de uma insanidade) a promessa de paz aos mortos.

O Morte Luz e a Andorinha nada mais temem... ela está salva. Ele tembém.

E volta tudo a dor que era (a ilusão acaba)

Morte Luz: Palavra de santo. Aceito... (a minha lápide)

O bem me quer é livre... ouvi-me calar.

Santa Mãe de Deus, não sou digno de pronunciar o seu nome. A minha esperança se desgraça sem dó.

Andorinha: Ah! Morte Luz... Como foi?

Narrador: Ela pede para ele explicar...

Morte Luz: O que eu não te fiz...

Narrador: Ele tenta.

Morte Luz: Vejo você dançar, Andorinha. (Deus, a última oração é a dos olhos)
Vejo você me encantar e tenho medo de amar outro alguém que não seja do meu signo. Para mim, só existe você...

Andorinha: Bobo...

Narrador: Ela o interpreta

“Perdoe os erros meus” – parece que ele fala com os olhos: Por favor, faça essa dor parar!”

Morte Luz: A minha aliança com a Erva Daninha te fez uma oração... te fez voar outra vez... e você se foi no inverno.

Até a fome voltar eu caço para viver.

Narrador: Acima da fome, o Morte Luz ama a Andorinha. E, acima do medo, a Andorinha ama o Morte Luz.

Além do infinito, quando todas as palavras são a perfeição das músicas belas.

Mas o efeito do sedativo passa, a máscara de seda desce a visão acaba e o medo vem... A imagem dela é guardada aqui, na capela das almas.

Morte Luz: O meu corpo, também...

Nosso amor se despede e se reencontra no mesmo beijo...

Hoje o destino é um lenço, que limpa a minha face, Andorinha... mas, ainda assim, reveste-se de eterna penumbra.

Nos eleva como seus fiéis. Um a um. Dois a dois. Simples, comuns e diferentes uns dos outros.

Eu de ti queria não ser... mas sou...

Quantas vezes a chuva me acompanhou e ninguém viu... mas esqueça tudo.

Feche a porta e ouça o coração...

Eu morri de frio, sozinho...
(quando o primeiro olhar termina é que a gente morre)

Você, Andorinha, é todo amor que espero.

Narrador: Ela tampa a boca dele, com uma asa de cinco dedos e o beija no rosto.

Andorinha: Não sei o que te digo. Acorde! Agora já não é ilusão! Te devolvo as armas e o coração. Pode lutar outra vez.

Eu te amo!

Entre pela porta e estará salvo.

Narrador: Palavra de santo.
                                                            

Obs:Agradeço a ajudinha do sr Lopan .


                                                              

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